10 fevereiro 2007

Um Cigarro, Um Drink E Um Tiro Para O Renato Cordeiro

POESINHA (POESIA NÃO É POEMA) CON CRE TIS MO
Com certeza o Renato Cordeiro (da Silva) é o maior poeta contemporâneo brasileiro. Não digo isso apenas porque conheço sua obra a muito tempo, mas porque estou ciente do que está acontecendo no cenário literário nacional como um ponto de confluência de tudo o que é escrito e publicado, seja em bits ou em âtomos. espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçass
O Renato Cordeiro era um rapazinho extremamente trabalhador. Trabalhador e estudioso, sempre foi o melhor aluno da classe; evidentemente era meio nerd. O que ele mais fazia era ler. Ler e, provavelmente pensar, que é isso que os livros fazem com as pessoas. Porra, o Renato Cordeiro se tornou um grunge do caralho, com cavanhaque, camisa xadrez e tudo mais; nunca carregou um skate, acho que nunca nem montou em um; carregava o violão, pra cima e pra baixo. Eu, particularmente, não gosto de ter de ficar ouvindo os caboco ficarem tocando violão no meio da conversa, but... espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto Diz a lenda que o Renato Cordeiro teve alguns anos (e diz-se que os do período mais profícuo, embora quantidade não seja qualitade... tá tá tá!) diz a lenda que ele teve alguns anos de sua obra literária queimados, incinerados, destruídos irrecuperavelmente por uma menina. No começo dos anos noventa ele andava com três amigos, eles se nomeclaturavam, nos momentos de sumo delírio, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse; ele era a Guerra. Foi o segundo a escolher um posto, primeiramente foi a Morte. A tatoo dele é uma espada. Ele leu O Pequeno Príncipe, e fez parte da cagada que incendiou a Livraria Curitiba, incêndio este cujo mal maior foi a perda de algumas obras originais do Poty.
"Sem novidades no front" desenho de 1988
Estas coisas sobre o Renato Cordeiro, e mais altas outras, me lembraram da piada dos três caras que foram presos, cada um teria direito a um pedido, um pediu mulheres, o outro livros, o utro cigarros, ao fim da pena, quando foram libertados, saíram correndo da primeira cela um monte de crianças, da segunda saiu um cara com o crânio até inchado de tanto ler, da última saiu o caboco desesperado, implorando, "um palitu di fosfu pelu amor di Deus".
Renato
08/10/2005 22:59
à maquina
à maquina eu bato à maquina uma carta que deveria ser dita em mãos mas estou sempre bêbado demais ou muito são escrevo como quem não diz palavrão ou como quem não faz uma oração ou como quem dorme num furacão ou como quem come uma razão meu coração está com câimbra meu cérebro está com íngua eu escuto a sua voz mas não entendo a sua língua não pego a sua mão não a tiro pra dançar sem silêncio e sem cantar eu bato à maquina o meu coração numa carta sem canção numa noite sem perdão sem benção e sem ninguém.
Deu pra saca? O negócio é ficar de olho no que esse caboco escreve, e se tiverem oportnidade, tirem fotos e peçam altógrafos para deixar de recordação orgulhosa para algum decendente que se importe com coisas que prestam.
Renato: Faço sempre o mesmo Verso do contrário Inverso Lugar mais comum É um, sem nós É outro, ou Te amos demais Ou a mim pouico Não me vejo refletido No espelho d’agua pesada De nossa fusão a frio A noite cai macia Como um brinco De pena leminsko
3 Mar (20 horas atrás)
Renato: Ex(tan)kad’olor(hai)caihàenmi tankas haicai e o que dói Lemisnkeando na merda da capital simbolista A minha cara mais estúpida inventei pr’o seu sinlêncio num relâmpago cala sua música-movimento a guria do olho e(x)treito não gosta de suas ancas meus olhos amam há pés cansados ônibus lotados e olho algum, claro bailarina esquiva em cima em pé fumaça se afina minha vida sem sua fé cinza fria no vão da blusa fina da axila brotam pelos eu velo, e os beijos? me dou lhe em rimas Fica mais Fácil me dar se, guria Seres humanos somos Feitos de fósforo Cálcio, potássio, água Carbono e há Vezes sonhos Meu lábio anda Pálido seu hálito Abranda: vento Tenho dedos curtos E morenos como chuva Entre sua pele e a blusa A lua tênue Ilumina a luz Da sua pupila Menina no fundo Azul dê-me Em curitiba é mais Fácil foder versos Que fazer filhas Preciso estar atento Há boas noites Bom tempo Mas seu vento Frio fere como foice mais con cre tis mo

Nos anos noventa, o Renato Cordeiro e eu gravamos, em uma fita K-7, nós mesmos recitando poemas nossos.

Me lembro que o primeiro lado da fita acabou mas o botão do recorder não sinalizou, e continuamos recitando, quando vimos, por não termos idéia de quais poemas não estavam gravados, e porque já estávamos muito bêbados, resolvemos gravar umas músicas.

Well! Eu vou preparar um bem-bolado com as poesias recitadas e algumas imagens que eu filmei de uma tempestade de ráios, postarei no You Tube, depois transferirei uma cópia da parada do You Tube para cá, socarei um texto biográfico bem fudidão e tah certo! Aí eu quero ver se poderão ou não sacar qual que é a parada: as palavras com a emoção da falta de fôlego e da tosse tabagista da realidade sem ensaios, e sem (com certeza) nenhuma intenção de improvisar. Como se a performance fosse uma atividade exclusivamente surrealista, e exigisse de nós emoção e originalidade.

3 Mar (20 horas atrás)

3 Comments:

Blogger Sr do Vale said...

Palhastro, o que você acha de chamar o Janzeira, pra fazer parte do Partículas do Pessoal?

3:47 PM  
Blogger Bel Bellucci said...

Ow Beto... blz?
é a Bel...
Viu... Como colocoa um contador, igual aquele do Ti!?

Valeuzis, bjo!

12:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bonjour, palhastro.blogspot.com!
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12:55 PM  

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