Um Cigarro, Um Drink E Um Tiro Para O Renato Cordeiro
Com certeza o Renato Cordeiro (da Silva) é o maior poeta contemporâneo brasileiro. Não digo isso apenas porque conheço sua obra a muito tempo, mas porque estou ciente do que está acontecendo no cenário literário nacional como um ponto de confluência de tudo o que é escrito e publicado, seja em bits ou em âtomos.
espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçamenteto espaçass
Ele leu O Pequeno Príncipe, e fez parte da cagada que incendiou a Livraria Curitiba, incêndio este cujo mal maior foi a perda de algumas obras originais do Poty.
Estas coisas sobre o Renato Cordeiro, e mais altas outras, me lembraram da piada dos três caras que foram presos, cada um teria direito a um pedido, um pediu mulheres, o outro livros, o utro cigarros, ao fim da pena, quando foram libertados, saíram correndo da primeira cela um monte de crianças, da segunda saiu um cara com o crânio até inchado de tanto ler, da última saiu o caboco desesperado, implorando, "um palitu di fosfu pelu amor di Deus".
Renato | Renato:
Faço sempre o mesmo
Verso do contrário
Inverso
Lugar mais comum
É um, sem nós
É outro, ou
Te amos demais
Ou a mim pouico
Não me vejo refletido
No espelho d’agua pesada
De nossa fusão a frio
A noite cai macia
Como um brinco
De pena leminsko | 3 Mar (20 horas atrás) | | ||||
| Renato:
Ex(tan)kad’olor(hai)caihàenmi tankas haicai e o que dói
Lemisnkeando na merda da capital simbolista
A minha cara
mais estúpida
inventei pr’o seu sinlêncio
num relâmpago cala
sua música-movimento
a guria do olho e(x)treito
não gosta de suas ancas
meus olhos amam
há pés cansados
ônibus lotados e olho
algum, claro
bailarina esquiva
em cima em pé
fumaça se afina
minha vida sem sua fé
cinza fria
no vão da blusa fina
da axila brotam pelos
eu velo, e os beijos?
me dou lhe em rimas
Fica mais
Fácil me dar se, guria
Seres humanos somos
Feitos de fósforo
Cálcio, potássio, água
Carbono e há
Vezes sonhos
Meu lábio anda
Pálido seu hálito
Abranda: vento
Tenho dedos curtos
E morenos como chuva
Entre sua pele e a blusa
A lua tênue
Ilumina a luz
Da sua pupila
Menina no fundo
Azul dê-me
Em curitiba é mais
Fácil foder versos
Que fazer filhas
Preciso estar atento
Há boas noites
Bom tempo
Mas seu vento
Frio fere como foice
mais
con
cre
tis
mo
Nos anos noventa, o Renato Cordeiro e eu gravamos, em uma fita K-7, nós mesmos recitando poemas nossos. Me lembro que o primeiro lado da fita acabou mas o botão do recorder não sinalizou, e continuamos recitando, quando vimos, por não termos idéia de quais poemas não estavam gravados, e porque já estávamos muito bêbados, resolvemos gravar umas músicas. Well! Eu vou preparar um bem-bolado com as poesias recitadas e algumas imagens que eu filmei de uma tempestade de ráios, postarei no You Tube, depois transferirei uma cópia da parada do You Tube para cá, socarei um texto biográfico bem fudidão e tah certo! Aí eu quero ver se poderão ou não sacar qual que é a parada: as palavras com a emoção da falta de fôlego e da tosse tabagista da realidade sem ensaios, e sem (com certeza) nenhuma intenção de improvisar. Como se a performance fosse uma atividade exclusivamente surrealista, e exigisse de nós emoção e originalidade. | 3 Mar (20 horas atrás) | | ||||














Anônimo 
